quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Segundo dia - Lake Louise ao albergue de Rampart Creek (95 km)

Hoje penetramos no coração das Montanhas Rochosas. A área mais remota e desabitada, cortada pela icônica Icefields Highway, considerada uma das estradas mais bonitas do mundo.
Desde que começamos a planejar esta cicloviagem, o dia de hoje era o que mais nos preocupava. Em primeiro lugar pelo trajeto em si: seriam mais de 90 km de pedal, metade deles subindo. E ainda havia a questão da hospedagem... Nessa região erma, só há duas opções de hospedagem: ou hotéis caríssimos, ou “albergues selvagens” (wilderness hostels), que são baratos, mas não oferecem muita coisa. Na verdade, não oferecem praticamente nada, nem sequer água encanada. É isto mesmo: não há chuveiro, descarga nem torneiras. Mesmo assim, devido às nossas restrições orçamentárias, decidimos  passar pelo menos uma noite em um desses albergues.  E o escolhido foi o HI-Rampart Creek, a 95 km de Lake Louise.
Bem, começamos o dia tomando um café da manhã reforçado no hotel de Lake Louise.  As horas da manhã foram gastas em uma longa subida de 40 e poucos quilômetros. Mas os visuais no caminho mais uma vez compensavam todo o esforço.
Para começar bem o dia, uma vista do Herbert Lake.
E não se deixem enganar pelo sol: está um frio de rachar.

No meio da subida, pausa para foto na Geleira Crowfoot. 
A grande atração é mesmo o Bow Lake. Simplesmente espetacular.

Toda noite temos comprado coisas no mercado e feito sanduíches para comer durante o caminho no dia seguinte. Hoje nosso lanche foi à beira do maravilhoso Bow Lake. De lá subimos mais uns 5 km até o Bow Summit – o ponto mais alto da Icefields Parkway, a 2135 metros de altitude.  É lá também que fica o inacreditável Peyto Lake, uma coisa absurda de tão azul.
Subida pesada e debaixo de chuva para chegar ao Bow Summit, a 2135 metros de altitude. 

Mas vale a pena porque lá fica o Peyto Lake, esta coisa absurdamente azul.
Até então a gente tinha subido durante horas. Mas depois, em compensação, vieram 50 km praticamente só descendo. Lá pelas 5 da tarde, um pouco antes de chegar no albergue, paramos para fazer um lanche no único posto de gasolina da região. Aproveitamos para comprar miojo,  porque no albergue cada um tem que levar e fazer sua comida.
Finalmente chegamos no albergue umas 6 da tarde. Tomei um banho de gato no rio ultragelado, mas o Eduardo não teve coragem... hehe Estou acostumada a entrar em tudo quanto é cachoeira gelada no Brasil, mas esse rio é sem dúvida o mais gelado que eu já entrei. Afinal, suas águas vêm do degelo das montanhas.
Também já fiquei em muitos albergues da juventude, mas este é diferente de todos por não ter água encanada. Para escovar os dentes, cozinhar e lavar a louça,  é preciso pegar água em uma torneira situada na cozinha.  Também é dessa água que bebemos. A energia elétrica é gerada por placas solares e por uma turbina instalada no rio.
Encontro dos rios, pouco antes de chegar no albergue.

O "albergue selvagem" Rampart Creek. 
Havia vários hóspedes no albergue, inclusive uma senhora portuguesa com quem pudemos conversar em nossa língua e um casal de cicloturistas ingleses. A experiência de passar uma noite no "albergue selvagem" foi interessante, mas para nós,  brasileiros,  essa história de ficar sem banho depois de um dia de pedal não dá certo... Ainda bem que nossa próxima hospedagem é um hotel de verdade - com água encanada! 

8 comentários:

  1. Parabéns por superarem mais este dia. SHOW de visual.

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  2. Cada dia vcs estão em um lugar mais maravilhoso que outro, aproveitem ao máximo.

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    1. Obrigada, Fabinho! Obrigada também pelos treinos e incentivos antes da viagem.

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    2. Obrigada, Fabinho! Obrigada também pelos treinos e incentivos antes da viagem.

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  3. Que show!!!! Que visual!!! Pena que não ta sol para entrar em todos esses lagos e rios né rsrsrs.

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